sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

prosopopeando e tra lá lá !

... E quando dei por mim, aquela piscadinha que pra mim tinha durado segundos, já estava durando a quase uma hora. Só fui acordar mesmo quando percebi que a televisão me assistia. Aquele barulho das risadas conversando me dispertaram.
E por alguns instantes pensei ter ouvido algo estranho, e realmente ouvi. Era o céu me chamando, querendo iniciar uma conversa entre nós e a lua. E embaixo da janela estavam as flores chacoalhando suas pétalas para deixar a noite mais cheirosa. Um cheiro floral quase sufocante pra quem definitivamente não sente a delicadeza das flores.
Voltando à conversa, percebi que haviam estrelas nos assistindo, e após segundos uma estrela explodiu. Seria esta, uma reivindicação ? Acho que meus pensamentos desorientados a estavam torturando. Deveria eu pedir desculpas? Penso que não, pois tal ato não foi intencional, acho que me entreguei a desorientação e deixei meus pensamentos perdidos, cada um tomando caminho próprio.
Preciso de uma rede de pensamentos, para pegar todos os meus e coloca-los dentro da minha cabeça novamente.
Até a nuvem me condena por eu não conseguir amarrar meus pensamentos dentro de mim. Essa condenação está me deixando perplexa. Afinal, como eu posso deixar meus pensamentos tomarem conta de mim ? Ei, eu sou os meus pensamentos.
Ahhhhh, necessito de uma caixa, - para prender meus pensamentos - de uma praia no meu quintal, preciso de ondas conversando comigo, essas sim sabem me entender. Temos temperamento comum.
E agora ouço um barulho acalentador. Ufa ! É a televisão, novamente me assistindo e me tirando de sonhos turbulentos !

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

perto demais

E toda essa aproximação com a realidade - nua e crua - tem me mantido em momentos de excessiva criação de subterfúgios. Que por alguns instantes até que me ajudam, mas a realidade me toca, encosta, me agarra, e definitavamente, não me solta.
Por mais que eu tentasse essa não aproximação dos fatos, parece que a maturidade não me deixa fugir, mesmo que eu a tente enganar, ela é que não se deixa enganar. Parece até que me conhece, que conhece minha malícia, minha maldade e bondade. Entende todas as minhas palavras e pensamentos, e por conta disso, não me libera das obrigações.
Sei que posso parecer uma infanta mimada pedindo por piedade, mas não é nada disso. Tudo o que digo é por anceio e talvez um pouco de decepção com os fatos que tenho visto diante de mim, e que me fazem querer fechar os olhos por alguns instantes, para talvez não me indignar tanto ou me enraivecer definitivamente - sentimentos ruins causam câncer -.
Se tenho o direito de me calar, por que é que não tenho o direito de fechar meus olhos? É, eu acho que esta condição eu impus a mim mesma. Por isso não consigo realizar o ato de junção das pálpebras.