segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A simplicidade

E a partir do momento em que eu te vi, prometi que abriria a você todos os meus meios pra que você pudesse saber quem eu sou.
Te mostrei onde o pôr-do-sol parece mais brilhante pra mim, te levei ao meu jardim, te disse que adorava as ondas e o som que elas fazem quando quebram.
Te disse que Clarice era minha mais favorita escritora e que filosofia era a minha paixão. A arte sempre foi minha distração e a música minha mais simples explicação.
A estação do ano que eu mais gosto é a primavera beirando o verão, e o lugar que eu mais gosto é aquele em que nos encontramos pela primeira vez.
Dos doces, sempre os mais coloridos, como as balas de goma, dos chocolates, sempre brancos.
Me lembro de ter te contando que adoro ver as estrelas, ainda mais deitados na grama, com o som dos grilos e o nosso silêncio, mãos cruzadas, mentes longes.
Das flores, sempre gostei de rosas, dos gestos, adoro cartas e principalmente fotos. Gosto das lembranças simples, fatos eternos.
Gosto do colorido, das crianças e dos velhos. Tenho uma enorme paixão pelos jovens, adoro ser quem eu sou.
Gosto de coisas complexas, mas tenho um enorme apreço pelas simples. Sempre tão discretas, a ponto de serem imperceptíveis.
Assim como a felicidade, sorriso de criança. A felicidade é tão simples, que por falta de atenção a deixamos passar !
Afinal, felicidade não é truculência ou efusividade, é simplicidade, paz na alma, é mar sem onda.

E os amores, como vão ?

E a conversa estava por terminar, e eu torcendo pra não ouvir a pergunta : " E os amores, como vão ?"
Ah não ! Ela fez essa pergunta. Era tudo o que eu não queria ter que responder, eu sei que podia calar, afinal, não sou obrigada a falar nada. Mas eu estava tão apertada por esses sentimentos, como um sutiã pequeno. Quase sem ar.
Voltando a pergunta... Demorei pra responder, fiquei com medo da resposta. Não pelo o que ela poderia pensar de mim, mas pelo simples fato de pensar se eu conseguiria me segurar depois das coisas que eu fosse dizer.
É, essa coisa de amores me pega no ponto fraco. Disse a ela que não quer nenhum amor a não ser o pela arte e pela filosofia, e até mesmo a música.
Tá, mentira, não disse nada disso, disse apenas que não queria nada de amores, que ficar " vazia" estava me completando.
Falei tão pouco, mas estava tão receosa, que essa pergunta seguida da minha resposta pareceu ter durado uma eternidade.
Ai, essa coisa de amor. Por mais que eu reclame, daqui a pouco estou me afogando novamente. Não me aguento, pareço bicho burro, por mais que me afogue, sempre começo com a água já na barriga !

domingo, 21 de novembro de 2010

Palavras !

Têm palavras que parecem que cortam, não sei muito bem como explicar, só sei que sinto isso. Eu sei que é coisa estranha e difícil de entender.
E de fato não sei nem como exemplificar, é como se fosse uma lâmina. É, palavras têm "poderes" estranhos.
Como quando leio, nem sempre consigo continuar a leitura, parece que as palavras me cortam, me machucam. Ou até mesmo meus textos, por mais que eu seja a autora, nem sempre os leio depois de escritos, a não ser que seja por revisão.
As vezes me machucam, as palavras cortam !

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Luminescência

E as vezes eu paro pra pensar nas coisas que eu vivencio diariamente, e de fato, as vezes a gente não percebe as coisas boas que passam por nós. Talvez por falta de sensibilidade ou excesso de ostentação, achando que coisas realmente boas devem vir efusivamente !
Sem que possamos perceber, devido a todo seu peso e enganação, estamos presos a um sistema, produzido por um padrão, que nos condiciona a pensar que coisa boa vem fácil, e concomitantemente pronta, como a espera de um amor de microondas, já regado de muito carinho, de fácil convivência, sexo bom diariamente e sem a necessidade de mudança, afinal, se nasci assim, vou morrer assim, certo ?
E é por isso que o mundo está de ponta cabeça, estamos em tempo de excessos, efemeridades e efeverscência. Vivemos achando que vamos morrer amanhã, ideia contraria ao que seja viver o verdadeiro Carpe Diem !
Estamos cada vez mais egoístas e nem um pouco altruístas, estamos condicionados somente a nós. Achamos ser singulares, quando na verdade, somos apenas mais um produto do meio.
E a cada instante que perdemos, esquecemos do que realmente importa, se é que um dia já soubemos disso !

A não verbalização

Fácil seria se eu soubesse verbalizar oralmente tudo o que sinto e penso. Muitas vezes queria conseguir dizer as pessoas que me rodeiam, tudo o que eu realmente quero expressar. Mas só que minha verbalização é totalmente gestual.
Não são todas as pessoas que percebem gestos como uma tentativa ou afirmação de uma verbalização, uma verbalização não oral !
Acho que deu pra entender, não ? Definitivamente, essa coisa de verbalização oral não é comigo.
Tá, de vez em quando a verbalização escrita até que funciona. De vez em quando !

meus olhos fechados !

E eu estava com os olhos fechados !
Foi como se eu pudesse sentir tudo o que eu quisesse, e que ao toque fossem impossíveis.
E eu estava com os olhos fechados !
Parecia que tudo a minha volta se transformava conforme meus sonhos .
E eu estava com os olhos fechados !
O mundo girou num exiguo instante, e eu girei junto .
E eu estava com os olhos fechados !
Podia sentir cada cheiro, ouvir cada música, tudo transcendia .
E eu estava com os olhos fechados !
E quando eu te toquei pude sentir, que os seus estavam abertos.
E eu estava com os olhos fechados !
e Pude sentir que seu coração não batia conforme o meu .
E eu estava com os olhos fechados !
Esperando que os seus se fechassem também .
E eu estava com os olhos fechados !
E o piscar dos teus, me fez abrir os meus, e procurar outros olhos para se fecharem com os meus !

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

botando sentimento !

Talvez quisesse eu, escolher toda frieza do mundo, e ser calculista. Admito já ter tentando isso, e até tive um exíguo sucesso. Parece que essa coisa de sentimento vai além de mim.
É, às vezes eu me irrito com tanto sentimentalismo, parece que meu coração foi parar na cabeça e meu cérebro está no pé. Até mesmo quando quero ter raiva, só consigo lágrimas de saudade, ai que nervoso viu !
Essa coisa de racionalidade não é mesmo pra mim, talvez por falta dela, eu tenha feito por muito mais, vivido muito mais, amado mais e talvez, chorado mais !
Antes, quisesse eu me desprender do meu emocional, mas , o que adianta eu mentir a mim mesma, se é isso o que me completa, me faz ser eu. Posso me sentir patética por algumas vezes, mas não sei, não vejo tanto problema, essa dorzinha de amor até que é boa, me sinto viva, apesar da choradeira.
Eu aqui escrevendo, estou parecendo uma menina. Sem medir o que escrevo, apenas sentindo as palavras, e tentando esconder nelas o sentimentalismo que já transbordou !

desatando nós

Por que vivemos complicando tudo ?
é nó na garganta
é nó no estômago
é nó na mente
é nó no coração
é nó na vida

Pra que fazer nós ?
Fazemos nós porque ..
Porque nós gostamos.

E por que gostam de fazer nós ?
Porque..
Por que gostamos de complicar as coisas?

it's enough !

i'm looking for something to...
shake my life
shake my day
shake my heart
shake my mind
shake you
shake me

digo e des-digo

Fui criada pelo tempo
As épocas mudam, eu mudo
Antes eu gostava de azul
Agora me pinto toda de verde
Eu dizia gostar das passarelas
E no momento tenho pincéis a mão
Nunca fui fã de leitura
E hoje, converso com meus livros
Pensava saber tudo
E só pensava mesmo
Nunca gostei das diferenças
Agora eu faço parte delas
Já tentei agarrar o mundo
Mas agora, desejo uma galaxia
Sempre gostei das estrelas
Mas desejo roubar a lua
A cada dia que passa
Costuro um novo retalho em mim
Tudo que digo ser agora
Não será mais o mesmo amanhã
Tenho ideias fixas
Que mudam constantemente
O tempo me torna efêmera, inconstante
Minha estabilidade é ser instável !