domingo, 18 de julho de 2010

Aos efeitos do tempo

Em linhas pouco prolixas teve-se a intenção de uma crítica um tanto imponente e com um tom de incômodo, mas de forma alguma teve-se a intenção de insulto ou provocação, mas teve-se com certeza a ideia de engendrar novos pensamentos com relação ao caminho da sociedade, levando em consideração os padrões estéticos e mentes vazias de consciência e preocupação com os efeitos do tempo !


Limpa teu rosto e mostra tua cara. Para de vender teu corpo e engrandece teu intelecto, beleza é efemeridade, essência é perenidade.
O que te faz lindo agora, amanhã te fará produto do tempo, com rugas e cabelos brancos. Mas o que te faz interessante por dentro, daí nunca lhe será tirado, mesmo com a ferocidade do tempo.
O que te impõem é uma beleza sem igual, sem essência, e que torna visível sua fragilidade de personalidade, pessoa volúvel, vulnerável.Em grande parte do seu tempo o espelho será teu maior inimigo, se padrões forem teus objetos de apego. Pois, para uma época onde a beleza da forma é o que importa, você nunca se sentirá satisfeito com o que tem, pois a todo tempo cria-se um novo padrão a ser seguido.
Torna-te dono de si próprio e deixa de lado as exiguidades da beleza. Não estou dizendo para deixar a vaidade de lado, mas não trata-la como prioridade. Afinal, a nós o tempo não perdoa, assim como a gravidade.
Limite-se a teu corpo que logo teu brilho se apagará, tua essência é o que te faz luz, não deixe esta apagar, pois esta não é efêmera quando nutrida a todo momento. O que adquires de experiência com o tempo, acompanhar-te-á até o túmulo.
Cuida do teu cristal como cuida do teu corpo, crie uma sintonia entre ambos. Deixe críticas de estética para quem a flor da essência ainda não desabrochou, ouça apenas o que compete a teu intelecto, porque este lhe faz expandir, assim como as críticas lhe farão amadurecer e crescer.

Poeminha piegas

Não faz escândalo se digo que te amo
Pois meu amor é medroso
E nem um pouco explícito
Movimentos bruscos o assustam.

Se digo que te amo
é porque já faz tempo
Que dentro de mim você habita .

Te amo sem mentiras
Amor de verdade não se nega, não se esconde
Amor transborda, mesmo quando não queremos.

Prolixa

Tente ler a minha mente. Não, você não vai conseguir, estou muito prolixa, ideias fora de ordem, pensamentos confusos. Nem eu me encontro dentro de mim mesma. A desordem tem tomado conta de mim.
Estou em cólera, nada tem me agradado a não ser o silêncio, que mesmo me incomodando com tanto vazio, me deixa quieta. Dentro dele eu consigo um tempo para mim. Ele não me julga, não me diz o que supostamente devo fazer, falar ou quem devo ser.
E quando o silêncio me cansa, vou atrás do tempo, este nunca falha e sempre coloca tudo em seu devido lugar. Este nunca me engana. Mas o que mais me apego no tempo são as lembranças, não sei, não consigo me desvencilhar dos momentos passados. Estamos juntos visceralmente.
Mas não vivo de passado, apenas gosto das lembranças. Ultimamente tenho praticado tanto o desapego que nem a mim eu tenho me apegado.
Não estou fazendo papel de auto-suficiente, pois sei que não o sou, apenas não tenho me apegado a nada, escrever tem me bastado ultimamente. Ter alguém ou algo para me apegar agora, atrapalharia meus planos. Sim, tenho planos, muitos, mas só os abrirei quando estiverem concluídos, pois não quero olho de mau-agouro sobre eles.
Tenho vivido de forma singular, apenas comigo, mas ao mesmo tempo no plural, se levando em consideração os momentos de criatividade, quando as palavras me perturbam e eu começo a escrever.

Um mosaico, feito de perdas e ganhos

Desculpa se te firo com as minhas palavras, às vezes me preocupo tanto com você que não sei como te proteger.E como sou feita de carne e osso, assim como você, estou sujeita a erros e acertos.
Quando não posso mais te segurar, uso as palavras, que podem não ter tanto efeito quanto os meus atos, mas sendo usadas de forma "certa" e talvez imponentes, fico na expectativa de que elas sejam ouvidas.
Nós nunca sabemos sobre o dia de amanhã, ou o que podemos ganhar ou perder. Por isso, muitas vezes me jogo de cabeça em coisas que para mim julgo importantes; pois tenho medo da perda e por isso tento agarrar com as duas mãos tudo o que estiver ao meu alcance.
Não sei se isso é fraqueza, mas sinceramente, não gosto de perder nada que conquistei, a perda me dói, me sinto incompleta a cada coisa que eu perco, pois sou feita de vários pedaços, pedaços estes que adquiri com o tempo e que consegui com pessoas que passaram, que passam ou que ainda passarão por mim !